Aconteceu no Cine teatro Rio Maior a peça Memória contando um pouco da história da cidade.
Um povo é feito de memórias, nós somos feitos de memórias e a única coisa que carregamos para todo lado são as nossas memórias.
Como foi bom retornar a um ambiente que fez parte da minha vida durante anos e anos.
Isso me trouxe memórias, memórias de inúmeros teatros que foram minha casa e minha construção.
Venho de uma cidade grande, da luta pelo espaço, do adormecer encima dos livros, da ânsia do conhecer e venho também de um trajeto de inúmeros palcos; palcos bons e palcos ruins, mas trago em mim a lembrança dos aplausos e dos textos decorados, aliás tenho vários na ponta da língua até hoje.
Me impressionei por estar em uma cidade muito menor do que a minha e com uma infraestrutura muito maior do que muitas que já vi.
Quando deparamos com lugares que incentivam e que valorizam a cultura, não há sensação melhor. O teatro cura, o teatro abre mentes, abre portas, o teatro é vivo.
O Rui Germano realizou um trabalho impecável, desde a encenação até os figurinos, cenários….. fico imensamente feliz em ter conhecido o @belezateatro.
A peça mostrou histórias de Rio Maior e como a estátua de D. Afonso Henriques foi parar em Leiria.
História é coisa boa de se ouvir!
Segue a história do Arco da memória e foi retirada do site Rio Maior Cidadania:
“O Arco da Memória que actualmente existe (reconstrução do original) está situado em Casais da Memória que pertence à Freguesia de Vidais, Concelho de Caldas da Rainha.
Mas Rio Maior tem um lugar que se chama Arco da Memória e que faz fronteira com Casais da Memória. Ora segundo consta o Arco da Memória original estaria no local aonde actualmente existe um depósito de água, que fica somente a uma dúzia de metros mais acima do morro e que já pertence a Rio Maior. O depósito de água encimado por ameias, foi inaugurado a 1 de Novembro de 1980 pelo presidente da câmara de Rio Maior, com o auxílio da Comissão de Melhoramentos dos Casais da Memória.
Segundo se diz, em 27 de Setembro de 1147 vindo o rei D. Afonso Henriques de Coimbra em direcção a Santarém com o objectivo de conquistar o castelo da cidade aos mouros, prometeu doar aos Monges de Cister todas as terras que do local em que se encontrava se conseguia avistar até ao mar, caso fosse bem sucedido. Esta promessa terá sido feita ao Frei Bernardo que o acompanhava.
Estas doações eram necessárias pois o território português era muito despovoado e era importante proteger os territórios conquistados, repovoar estes e incentivar a agricultura.
Com o intuito de delimitar as suas terras e de homenagear o rei, os monges de Cister pertencentes ao Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça mandaram construir diversos monumentos dos quais este arco faz parte. Inicialmente só havia uma estátua mostrando D. Afonso Henriques empunhando a sua espada, mais tarde é que foi construído o arco para suportar a estátua. As dimensões do arco seriam de cinco metros de altura, seis de largura e um de espessura.
Este Arco da Memória é então um dos marcos limites do couto do Mosteiro de Alcobaça, alinhando a Norte com o Arco da Memória (semelhante a este) existente na Serra dos Candeeiros (Porto de Mós) e a Poente com a foz do rio Vau em Salir do Porto.
Há quem diga que estes monumentos foram uma forma de os frades aumentarem o limite das suas terras. O nome ‘Memória’ dado ao arco é devido de estes arcos servirem para preservar a memória do acontecimento que deu origem à doação das terras aos monges.
Em 12 de Janeiro de 1911 Republicanos que não concordavam com o regime monárquico destruíram o monumento. Existe também a versão de que nesse dia ocorreu um tremor de terra que destruiu o monumento. Esta destruição coincidiu com a construção da estrada que liga Benedita a Caldas da Rainha e os cantoneiros utilizaram as pedras do monumento que ficaram espalhadas pela encosta para a pavimentação da estrada. A estátua de D. Afonso Henriques foi vandalizada e ficou ao abandono. Mais tarde, Joaquim Martins, um habitante local guardou a estátua e participou essa acção às autoridades que o mandaram levar esta para Caldas da Rainha. Ao chegar a Caldas da Rainha o homem foi multado pois ia na sua carroça sentado em cima da estátua o que foi considerado uma falta de respeito a um símbolo nacional. Posteriormente a estátua foi levada para Leiria pelo engenheiro Afonso Zúquete que dirigia na altura as obras de solidificação do Castelo.
Inicialmente a estátua esteve instalada no claustro do edifício dos antigos Paços Episcopais e actualmente encontra-se num pedestal colocado na margem da estrada de acesso ao Castelo de Leiria.
O Arco da Memória que actualmente pode ser admirado, foi inaugurado em 28 de Junho de 1981. Nele pode ser lida a inscrição ‘O Santo Rei D. Afonso Henriques Fundador de Alcobaça’ que se encontrava no arco original. O pároco de Vidais, Manuel Vitorino da Silva Moreira Fernandes, foi um dos dinamizadores da reconstrução. As famílias de Luis Ferreira e José Martins cederam os terrenos. O projecto é do arquitecto Joaquim Pereira da Silva. O Arco da Memória ficou pertença da Fábrica da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Piedade de Vidais.
De referir que tem havido movimentações para que a estátua do rei D. Afonso Henriques regresse ao seu local original.”