Nem mesmo a chuva foi motivo para afastar o público da fashion week que teve inicio essa semana.
Lendo assim parece até que estamos falando de São Paulo, a famosa terra da garoa, mas a cidade em questão é Lisboa. Muita semelhança em alguns aspectos e muita diferença nas peculiaridades.
A semana de moda vai rodando as cidades da Europa e desta vez desembarcou em solo português. A SS25 é marcada pelas coleções mais frescas, mais alegres, mais calientes do ano.
Calendário
No calendário vários eventos, salas de bate-papo, exposições e experiências culturais.
A tão esperada runway iniciou no MUDE – Museu do Design que reabriu oficialmente as suas portas após um longo período de encerramento para renovações. Localizado em pleno coração da cidade, o MUDE é uma referência no panorama do design e da moda em Portugal e o seu regresso marca um novo capítulo na vida cultural da cidade.
Após a requalificação do edifício, o museu apresenta um espaço renovado e ampliado, preparado para acolher exposições permanentes e temporárias que celebram o design em todas as suas formas, o MUDE reafirma-se como um ponto de encontro entre criadores, entusiastas e profissionais, fortalecendo a sua missão de preservar e divulgar o patrimônio do design nacional e internacional.
Desfiles
O MUDE deu inicio aos desfiles da 63ª edição do Lisboa Fashion Week recebendo calorosamente o “Sangue Novo” (novos designers).
10 novos designers apresentaram suas coleções e entre eles foram eleitos 5 finalistas para que no próximo ano possam competir pelos prêmios ModaLisboa x IED – Istituo Europeo di Design e ModaLisboa x RDD Textiles.
Sangue Novo
Assistir as mentes frescas, entender novos conceitos, ideias, tecnologia e a maneira como esses jovens criadores se conectam com tecidos e texturas é um exercício de apreciação e ampliação do nosso campo repertorial.
A criação vai além de coleções expostas, ela faz uma leitura dos ressignificados que estes jovens dão às peças de acordo com a conexão que fazem entre a sua geração, a história e a percepção do que é vestível e do que é transmitido através da imagem.
Perceber o universo do criador é ter a sensibilidade de olhar com outros olhos as palavras escondidas atrás de cada corte ou costura.
Time Sangue Novo
Dri Martins finalista
“Utilizando a tecnologia 3D, Dri Martins cria peças que desafiam os conceitos convencionais de Moda sustentável, refletindo uma abordagem futurista. A designer procura, assim, redefinir o Design de Moda, promovendo um equilíbrio entre inovação e responsabilidade ambiental.”
Duarte Jorge finalista
“As suas criações refletem um estilo alternativo, arrojado e sustentável, com uma paleta cromática dominada pelo branco e preto, que são marcas distintivas do seu trabalho.”
Francisca Nabinho finalista
“As artes plásticas e a natureza são influências centrais nas formas e padrões que cria. A Designer dedica-se à pesquisa e integração de materiais naturais no seu trabalho, sempre em harmonia com os temas e conceitos dos seus projetos.”
Gabriel Silva Barros finalista
” Apaixonado por artesanato, desafia normas de género através da construção de mundos e storytelling.”
“A arquitetura está intrinsecamente presente no trabalho do Gonçalo, que, sendo um apreciador de dança, transformismo e fantasia, tenta trazer alguma magia e mistura de géneros ao seu trabalho.”
Ihanny Luquessa finalista
“O seu trabalho é uma ousada exploração de formas com uma abordagem experimental. Ihanny desconstrói peças de roupa tradicionais, reinventando-as com uma criatividade sem limites.”
“O uso da sátira, como vínculo de desconstrução de tabus, distingue o seu trabalho, conferindo uma dualidade conceptual à sua linguagem artística. A Designer explora a transparência e a suavidade dos materiais, criando texturas suaves e tons barrocos. Usa sempre materiais deadstock, que para ela são a opção mais sustentável.”
“O seu projeto pessoal, Lolo, nasce do fascínio do Designer por fardas e vestuário profissional, tendo como objetivo a criação de uma linha de roupa que combine a funcionalidade e os grafismos presentes nas fardas com o conforto e a versatilidade do vestuário quotidiano.”
“Toque Amargo surge como meio de conhecer e vivenciar as experiências e dissabores das Designers, numa linguagem têxtil e visual. É a tradução das emoções em texturas e a troca dos sentidos da vivência do quotidiano, dos objetos, das memórias.”
“Intencionalmente, não existe um rosto a representar a marca, porque o conceito e o design devem falar por si, incorporando uma filosofia e um ADN do ser VOID. Esta abordagem garante que o foco permanece exclusivamente na arte de fazer Moda.”
O Lisboa Fashion Week segue com sua programação durante o final de semana.
Imagens Moda Lisboa