Moda como manifesto
Em Paris, a Miu Miu transformou a passarela em manifesto. A nova coleção, apresentada por Miuccia Prada, mergulha nas camadas de significado que envolvem o universo do trabalho feminino — suas pressões, silêncios e resistências.
“A coleção é uma reflexão sobre os desafios e adversidades do trabalho feminino. Estamos confrontando e abordando sua invisibilidade.” — Miuccia Prada
Essa frase, que marcou o pós-desfile, traduz com precisão o espírito da temporada: um olhar íntimo e político sobre a mulher contemporânea e suas múltiplas jornadas.
Tecidos que falam de força e vulnerabilidade
A coleção equilibrou funcionalidade e fragilidade, misturando alfaiataria desconstruída, saias de cintura baixa, cardigãs minimalistas e casacos oversized com detalhes sutis de delicadeza — como rendas e transparências inesperadas.
A cartela de cores oscilou entre neutros austeros (bege, cinza, cáqui) e tons suaves que traziam respiro e poesia ao conjunto. O contraste visual sugeria um diálogo entre o corpo que resiste e o corpo que sonha.
A estética do imperfeito
Como em outras temporadas, a Miu Miu continuou a explorar a estética da sobreposição: camadas que pareciam montadas às pressas — uma beleza que se constrói no caos, refletindo o ritmo real da vida moderna.
O resultado foi uma moda que parece cotidiana, mas carregada de significado. Uma estética de liberdade, imperfeita e humana.
A mulher Miu Miu de hoje
Na Miu Miu SS26, a mulher não é musa — é protagonista. Ela trabalha, sente, erra, resiste. Sua força está na vulnerabilidade, e sua elegância, na autenticidade.
Mais do que roupas, Miuccia apresentou um retrato da mulher contemporânea, entre a realidade e o desejo, entre o que é visto e o que ainda precisa ser reconhecido.
✨ No fim, o desfile foi mais do que uma coleção: foi uma conversa. Uma sobre o que é ser mulher — e sobre o poder de continuar, mesmo quando o mundo insiste em não ver.